Por que cuidar da VIDA FINANCEIRA é tão DIFÍCIL?

“Por que cuidar da vida financeira é tão difícil?” Começar a cuidar melhor da vida financeira pode ser simples, mas para muitas pessoas não, “eu sei o que eu tenho que fazer, mas nunca consigo”. Se com você é assim também, fica comigo até o final desse post que vamos falar sobre isso.

“Kelly eu sei o que tenho que fazer, eu sei que tenho que poupar uma parte do que recebo, eu sei que tenho que fazer um controle financeiro, eu sei que tenho que construir uma reserva financeira para momentos de imprevistos e oportunidades, eu sei que tenho que fazer planejamento dos meus objetivos com antecedência para depois não precisar contrair dívida, eu sei de tudo isso, mas eu não consigo fazer, eu não consigo melhorar minha vida financeira. Nunca sobra dinheiro, eu gasto muito, não consigo guardar dinheiro, eu ganho pouco, está tudo muito caro”. Você já se sentiu assim? Já tentou se organizar financeiramente e não foi para frente?

Eu tenho clientes que com um caminho, um passo a passo, um controle e um planejamento em mãos conseguem seguir e conseguem melhorar a vida financeira deles. Agora, eu também tenho clientes que com todas as ferramentas em mãos ainda tem dificuldade, é preciso um trabalho mais a fundo. Se organizar financeiramente pode não ser uma tarefa tão simples e fácil como se pensa.

Sabe por que? A forma como você lida com o dinheiro tem a ver com a forma como o enxerga e isso é um reflexo do nosso comportamento. E o nosso comportamento foi moldado por alguns componentes. É uma misturinha de vários fatores que modelam os resultados que temos hoje na nossa vida financeira.

O primeiro deles são as nossas crenças, nós temos várias crenças que fomos adquirindo ao longo da vida, desde a infância e muitas delas são crenças limitantes. Aqui já tem posts falando muito sobre isso. As experiências que vamos vivendo, geram sentimentos, esses sentimentos geram as crenças, que refletem no nosso comportamento e produzem os resultados. Se lá no fundo, no seu subconsciente tem o dinheiro como algo ruim, você não consegue prosperar.

O segundo componente são os hábitos, nós temos vários hábitos ruins na nossa vida financeira. Criamos o hábito de sempre gastar tudo que ganha e até a mais, temos o hábito de não programar com antecedência uma compra. E em contraponto, não criamos o hábito de fazer controle financeiro, de poupar dinheiro, de fazer planejamento. E como qualquer outro hábito, existem hábitos que são mais fáceis de criar e tem outros que são mais difíceis. Pensa comigo, se durante 30 anos você só teve hábitos financeiros ruins como que da noite para o dia criamos os hábitos financeiros bons?

O terceiro componente são uns DNA’s que carregamos lá dos nossos primórdios que tentam nos sabotar o tempo todo. Como por exemplo, nós instintivamente vamos sempre preferir os prazeres imediatos, se não pararmos e raciocinarmos, se seguimos só o instinto a gente sempre vai comprar por impulso, “eu mereço” “ah não tem outro jeito, vai ter que ser assim mesmo”. Temos também a dificuldade de enxergar lá na frente e fazer um planejamento hoje, “Pra que? Depois a gente resolve”.

O quarto componente é a cultura, cada um de nós se tornou adulto e passou a lidar com dinheiro em determinadas épocas do país, do mundo. Naturalmente enxergamos o dinheiro de forma diferente. Quem se tornou adulto e começou a trabalhar, a lidar com o dinheiro na década de 70, 80, 90, 2000, 2010, 2020, cada um viveu fases diferentes, cada um teve uma experiência com o dinheiro.

As pessoas da década de 80 para baixo, as situações eram mais difíceis, dinheiro suado, trabalho na roça, então elas podem ter criado uma consciência maior em relação ao dinheiro. As pessoas da década 90, época hiperinflação 50% ao mês, confisco da poupança, podem ter ficado com medo de guardar dinheiro e passaram a não fazer isso mais. As pessoas da década 2010, crise em 2008 no setor imobiliário, podem ter criado uma consciência para cuidar melhor do dinheiro.  As de 2020, pandemia, reforçou a crença de “Vamos viver porque o amanhã não se sabe, pra que guardar dinheiro”. E outra, estamos numa geração de gastar mesmo, gastar muito, status, ostentação.

Eu fico vendo a minha vó que sempre trabalhou na roça, muitas dificuldades, hoje ela com o salário de aposentada, tem o maior cuidado, separa bonitinho o dinheiro das contas, dos remédios, morre de medo de dívidas. Aí quando eu vejo uma pessoa de 20 anos, que tem mais facilidade, mais acesso, que não dá valor ao dinheiro.

E além de tudo, temos o quinto componente que é a criação. Podem ter essas duas pessoas de 20 anos, jovens, uma morre de medo de dívidas e um outra com quase 15 mil em dívidas. Elas se tornaram adultas e começaram a lidar com o dinheiro na mesma época, mas uma teve uma criação e a outra uma criação totalmente diferente.

Consegue entender agora, que não é tão simples assim. Nós somos uma mistureba disso tudo. É por isso que para você conseguir melhorar de fato a sua vida financeira somente o remédio “mais dinheiro” ou somente o remédio “planilha” não serão eficazes a longo prazo. Eles podem resolver de forma pontual, mas se não fizermos um tratamento chamado “Educação financeira” baseado nas causas, entender toda essa misturinha, mais cedo ou mais tarde você volta a ter problemas financeiros.

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