Cheque especial, cartão de crédito e pessoas próximas | SALVADORES do MÊS
Cheque especial, cartão de crédito e pessoas próximas, os salvadores do mês, os bonzinhos, sempre prontos para te socorrer. No dia a dia a impressão que você tem é essa, mas a verdade é que eles estão te afundando cada vez mais. Enquanto estiver recorrendo todos os meses ao cheque especial, cartão de crédito, às pessoas próximas, seu pai, sua mãe, marido, esposa, filho, filha, os salvadores do mês, você continuará no sufoco e a sua vida financeira na corda bamba.
Esse conteúdo será pra te alertar, porque talvez você esteja fazendo isso no automático, você já se acostumou a fazer dessa maneira e acha que é normal. Ou então não, você já criou essa consciência, está incomodado e quer melhorar isso.
O mês deu uma apertada, você vai lá e usa o cheque especial, “Ah é só por uns dias, não vai nem cobrar os juros”. Aí no outro mês aperta mais um pouco e já está usando os juros, “Ah, mas os juros é pouco”. Quando você vê já está usando um bom valor do cheque especial e juros altíssimos. Cheque especial e cartão de crédito são as dívidas com juros mais alto que temos.
Em relação ao cheque especial, eu já tive cliente que estava tão acostumada a complementar a renda com ele, ela realmente contava com ele todos os meses, fazia parte da renda dela. Quando a gente começou a mentoria, fomos nos organizando, eu mostrei pra ela que a partir de agora ela não ia precisar mais dele, ela disse assim “Mas Kelly e se o dinheiro não der, fico com muito medo.” Ela não conseguia nem enxergar a possibilidade dele não fazer mais parte da vida dela.
Falando do cartão de crédito, a mesma coisa, antes o dinheiro, o seu salário durava até o dia 30, com o cartão de crédito passou a durar até o dia 20, depois até o dia 10, tem casos que até o dia 05 e aí como faz no restante do mês? Passa no cartão de crédito. O cartão de crédito passou a ser o seu complemento de renda, se você tem um salário de 2 mil e o cartão de crédito um limite de 3 mil, então a sua renda é de 5 mil. Aqui acontece a mesma situação do cheque especial, uma hora começa a virar uma bola de neve, você começa a pagar o mínimo da fatura, refinanciar fatura e pagar juros altíssimos.
Nos casos onde você recorre ao seu pai, sua mãe, marido, esposa, filho, filha, “Um mês apertou me empresta 200 pra pagar a conta de luz”. No outro a conta de água, quando vê já está pedindo 10 mil, 20 mil emprestado pra essas pessoas. Esses dias mesmo aconteceu do pai pedir pra filha esse exemplo que eu dei, 200 pra pagar a luz, meses atrás tinha sido a água. É claro que tem situações que são pontuais e não tem problema nenhum você ajudar.
Vejo muito funcionário pedindo pro patrão no fds para adiantar 100 reais e ele descontar do pagamento. Já vi também, a cliente me disse que a mãe pediu 1.500 pra ir pro show da Madonna. Vão ter casos que vai fazer sentido você ajudar e vão ter casos que vão precisar ir pra balança, pra analisar.
E pode ser que você seja essa outra pessoa, a salvadora do mês, você acha que está sendo uma ótima pessoa pra ela, está ajudando, só que é ao contrário, está ajudando essa pessoa a cavar mais ainda o buraco. Pensa comigo, você está ali sempre na frente dela, “Se der ruim eu tenho fulano pra me socorrer”. Agora se sai, ela “ Vixe agora o que eu vou fazer, preciso procurar uma solução”.
Eu já vi pessoa que estava toda organizada, com sua reserva financeira, perder tudo e se endividar muito, muito mesmo, porque vestiu o colete da salvadora e foi salvar sua família. Até que ponto é saudável ajudar alguém e acabar se comprometendo. “Kelly mas eu não quero ser a ruim da história”, você está sendo a ruim da história agindo dessa maneira, além de tampar a visão da pessoa porque sempre está ali na frente dela, você também acaba colocando em risco a sua saúde financeira.
A grande questão é, se for algo pontual, nunca teve esse costume de pedir e foi uma situação bem fora da curva, tudo bem, a questão é a recorrência, quando todos os meses você passa a recorrer a essas pessoas pegando dinheiro emprestado. O que acontece nesses casos é que você sempre tem um porto seguro vamos falar assim, na sua cabeça é o seguinte “Se der ruim, eu tenho meu pai, minha mãe, meu marido, esposa, filho, filha”. E de novo isso muitas das vezes é inconsciente, isso já virou um costume.
E qual é o ponto de atenção em relação a essa questão de recorrer ao cheque especial, cartão de crédito ou a essas pessoas próximas, não é somente o dia a dia normal que uma vez ou outra dá uma apertada e você recorre a esses recursos, a questão é se acontecer uma emergência maior. Eu citei alguns exemplos acima, a bola de neve aumentar de uma hora pra outra e aí como será nesses casos, será que esses mesmos recursos vão te amparar nesse momento, será que vai ser possível.
Eu já tive uma cliente e ela estava super consciente disso, ela reconheceu, “Kelly eu estou te procurando para me ajudar porque eu sempre estou no aperto e recorro ao meu pai. Ele já está de idade, não quero ficar fazendo isso e eu penso que daqui a um tempo ele não estará aqui mais, como eu vou fazer”.
Então se isso está te incomodando ou você agora com esse conteúdo despertou essa consciência e quer mudar isso, parar de recorrer a esses recursos para complementar a renda, como eu te disse pode ser um hábito que você acabou criando e se é um hábito do mesmo jeito que criou é possível desfazer, por isso a importância de aprender a cuidar melhor do dinheiro através da educação financeira.
É fácil? Não, eu sei, eu vivo isso todos os dias com os meus clientes, mas é possível, só que sozinho, sem uma metodologia você pode não conseguir sair disso, provavelmente você já deve ter tentado e não deu. Se você está nesse ciclo a um bom tempo, procure ajuda o mais rápido para conseguir sair dele.
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