Como colocar o CÉREBRO a favor das nossas FINANÇAS?

Muitas pessoas acham que quando falamos de finanças, são só números, cálculos, planejamento, mas a verdade é que o principal componente é o nosso cérebro, ele que vai conduzir nosso relacionamento com as finanças. Você sabia que até o nosso cérebro economiza? Só que ele economiza energia e isso é fundamental entendermos, precisamos saber como colocar o cérebro a favor das nossas finanças.

Vamos entender como tudo isso funciona e como colocar nosso cérebro a favor das nossas finanças.

Cérebro emocional

O primeiro ponto é o seguinte, todas as informações que chegam no nosso cérebro entram pelo tronco encefálico e um dos primeiros lugares que elas passam é na amígdala. A amígdala é considerada nosso cérebro. Ela é como se fosse um alarme, diante de uma situação rapidamente nos manda uma mensagem para agirmos. Vou te dar 2 exemplos, vamos supor que você está num acampamento, e ali no meio da floresta avista um animal rastejante a alguns metros de distância. Rapidamente a amígdala aciona te mandando os estímulos e você identifica “é uma cobra”, para conseguir ter uma atitude. E da mesma forma quando está diante de uma decisão de compra, uma decisão financeira, ela na hora te manda os estímulos e você tem aqueles pensamentos “vai ser feliz, aproveita o hoje, eu mereço”. É por isso que sempre orientamos nesses momentos ter calma, respirar, espera uns dias, para dar tempo de a informação sair da amígdala e ir para o lobo frontal, que a nossa parte racional do cérebro, é lá que ponderamos, analisamos, será que é a melhor decisão que eu devo tomar.

Cérebro primitivo

E o fato também da amígdala ser primitiva, ou seja, na época dos nossos ancestrais, não existia isso de pensar no futuro, se preparar para o futuro, eles estavam sempre pensando no agora, em ter o que comer, em não ser devorados, em ter onde dormir. Por isso que nós temos tanta dificuldade em nos preparar para o futuro, o nosso foco é o prazer imediato. Inclusive existem pesquisas que mostram isso, tem um ted talks muito interessante, a neurocientista explica um experimento onde eles evidenciaram que nós somos mais otimistas do que realistas em relação ao futuro, o nosso cérebro enxerga mais o lado positivo. Realmente acreditamos que vai dá tudo certo sem eu precisar fazer com que dê certo. No final ela faz uma analogia que ilustra muito bem isso, temos vários pinguins no topo de uma montanha, os pinguins pessimistas acreditam que não nunca vão voar, então eles ficam lá, os pinguins otimistas pulam estraçalhando no chão, agora os realistas pulam, mas com paraquedas. Ou seja, eu preciso acreditar que eu posso, nesse caso, que o meu futuro financeiro será próspero, mas eu preciso fazer minha parte hoje.

Economia de energia

Agora vamos falar o seguinte, o nosso cérebro também economiza, assim como nós precisamos fazer com as finanças rsrs. Só que nesse caso ele economiza energia. Ele é o órgão que mais utiliza a energia disponível do corpo, então ele busca usar sabiamente esta energia, para não desperdiçar. Vejamos este exemplo:

Para uma pessoa aprender a andar de bicicleta o cérebro precisa estar “super ativo”, calculando a todo momento o equilíbrio, a força muscular aplicada dos diversos músculos envolvidos, a visão do ambiente para direcionar a bicicleta e evitar tombos, evitar trombar com alguém, etc. Existe muita energia envolvida naquele momento. À medida que o cérebro vai aprendendo aquela nova atividade ele vai construindo um caminho porque a partir do momento que aprender, já vai ter o caminho construindo, ou seja, agora ele não gasta mais tanta energia, ele já sabe por onde passar, então isto se torna um processo. Neste caso, o cérebro trabalha menos e gasta menos energia. Esta é a zona de conforto: momento em que fazemos algo que já conhecemos e não precisamos exigir tanto do nosso cérebro.

Quando falamos de comportamento, de decisão é a mesma coisa! Igualar nosso padrão de vida com o que ganhamos, não controlar nossas despesas, comprar por impulso, não pensar no futuro, tudo isso é hábito, estamos na nossa zona de conforto. Ou seja, isso está programado no nosso cérebro, todos esses caminhos já estão desenhados no nosso cérebro, onde ele trabalha menos. Por isso, quando precisamos mudar um hábito, acrescentar um hábito é muito difícil, porque gera desconforto, o nosso cérebro nesse caso precisa construir um novo caminho, vai exigir mais dele.

Portanto, como colocar o cérebro a favor das nossas finanças? Nós entendemos como ele funciona, para mudar um hábito, você vai substituir por um outro hábito, no início vai existir essa dificuldade, mas a partir do momento que ele construir novo caminho ele volta ao estado normal de economia de energia, isso é neuroplasticidade. É a capacidade do cérebro de mudar, de adaptar. Ele entra no modo “natural” que ele prefere, sem estresse, sem incômodo e prazeroso porque você vai ter os resultados. Então por isso que orientamos, “vai, faz por um tempo, com preguiça, sem vontade, cansado, mas se comprometa a fazer por um período”.

E não é para fazer por 1 mês, achando que isso já vai acontecer. Dependendo do que for pode demorar mais tempo para o cérebro se adaptar. Nas finanças, por exemplo fazer o controle financeiro, pode ser que no 3º mês você já consiga instalar esse hábito, poupar dinheiro para sua reserva, mas pode ser que não, pode precisar de 1 ano por exemplo.

E tem várias outras atividades colocamos o cérebro a favor das nossas finanças, como por exemplo quando poupamos para comprar algo à vista eu estou mandando uma mensagem de abundância, se eu pegar e dividir no cartão de 24x mandamos uma mensagem de que somos escassos, que só dessa forma que conseguimos comprar. Outro exemplo, quando doamos, mandamos uma mensagem de que somos abundantes. Quando realizamos a técnica de visualizar nossos objetivos 2 min por dia, também estamos construindo essa programação no nosso cérebro, ele passa a gravar aquilo como sendo real.

Isso tudo faz parte da Neurociência, da Psicologia financeira. Eu espero que você tenha entendido como tudo isso funciona e como colocar o cérebro a favor das nossas finanças.

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